A short history of nearly everything - Resenha crítica - Bill Bryson
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A short history of nearly everything - resenha crítica

A short history of nearly everything Resenha crítica Inicie seu teste gratuito
Ciência

Este microbook é uma resenha crítica da obra: A short history of nearly everything

Disponível para: Leitura online, leitura nos nossos aplicativos móveis para iPhone/Android e envio em PDF/EPUB/MOBI para o Amazon Kindle.

ISBN: 978-0-307-88516-6

Editora: Broadway Books

Resenha crítica

O olhar de estranhamento

Dentre todas as coisas fascinantes existentes em nosso mundo, qual você mais admira? Pode ser que a sua resposta esteja relacionada a galáxias distantes, outros planetas ou o espaço em si.

Você já refletiu sobre a profundidade e imensidão dos oceanos e as criaturas misteriosas que vivem por lá? E quanto à composição genética das espécies que podemos observar ao nosso redor?

Obviamente, tudo isso nos fascina, porém, até mesmo os indivíduos que não se interessam por história ou ciência, têm algo pelo qual são absolutamente apaixonados. Isso é natural, à medida que, como seres humanos, somos inerentemente curiosos.

Por outro lado, existem tantos fenômenos ocorrendo ao nosso redor que, ao meditarmos, ficamos perplexos. Nesse sentido, entre as inúmeras explicações do autor, destacam-se fatos de grande interesse.

Bryson, por exemplo, demonstra que a maior parte de nosso universo foi gerada em apenas três minutos. Se considerarmos as probabilidades, é praticamente um milagre a existência de vida na Terra.

Assim, todos os dias devem ser encarados como um presente, pois o mundo continua girando apesar da existência concreta de muitos elementos que, potencialmente, podem acabar com ele. Essa “desnaturalização” integra o “olhar de estranhamento” que atravessa toda a presente obra.

A singularidade inicial

O conceito de “singularidade” – muito importante ao longo das explanações do autor – é definido como o momento no qual nada é certo e, consequentemente, tudo é imprevisível.

Em suma, trata-se de um gigantesco ponto de inflexão. Ao discorrerem sobre a chamada “singularidade inicial” os cientistas se referem ao período de criação do universo.

Isso não é fácil de apreender com o intelecto. Entretanto, tente pensar em um ponto compacto e extremamente pequeno, além de infinitamente denso. Esse ponto conteria tudo o que existe atualmente no universo, mas encapsulado em um espaço minúsculo.

Subitamente, ele explode e espalha todo o conteúdo de seu interior no vazio. Esse momento é, justamente, o famoso “big bang”. Quando ele ocorreu, todo o universo foi, rapidamente, criado.

Imediatamente após esse evento, o universo passou, a cada dez segundos, a dobrar de tamanho. Em meros três minutos, cerca de 98% da matéria foi criada. A partir dessa expansão, o universo adquiriu uma largura de cem bilhões de anos-luz.

Só para exemplificar, essa unidade de medida encerra a distância percorrida pela luz em 1 ano, multiplicada por cem bilhões. Como você sabe, a luz é bastante rápida: ela viaja a 300 mil quilômetros por segundo.

Agora que chegamos à metade da leitura, você conhecerá mais sobre as probabilidades de vida em nosso planeta e os motivos pelos quais devemos considerar cada dia um verdadeiro milagre.

As probabilidades da vida no planeta Terra

A vida humana, em comparação à da maioria dos animais, é muito frágil. Com efeito, não é nada difícil morrer. Basta sofrer uma pancada na cabeça, cair de alguma escada, mergulhar em locais perigosos, ser picados por insetos, entrar em contato com determinadas plantas, ter o organismo atacado por vírus etc.

Contudo, uma surpresa bem maior do que conseguirmos lidar com o perigoso mundo em que vivemos diariamente pode ser encontrada no simples fato de nos encontrarmos aqui.

Isso significa, segundo o autor, que mais de 99% do espaço habitável do planeta Terra é inadequado para os seres humanos. Nesses locais, não existem quantidades suficientes de oxigênio ou água.

Para viver e nos movimentar precisamos de terra firme. Todavia, somente 12% da massa de terra pode, em nosso planeta, hospedar os humanos. Dessa forma, é bastante raro que um planeta seja habitável, à medida que, para tanto, vários elementos precisam se articular.

A distância entre o planeta e a estrela deve, necessariamente, ser perfeita. Caso estejam muito próximos um do outro, a superfície planetária queima. Contrariamente, se estiverem muito distantes, o planeta congelará.

Além disso, o planeta deve ter as condições necessárias para impedir radiações cósmicas mediante a existência de uma atmosfera apropriada. A Lua, por seu turno, deve manter a gravidade sob controle, a fim de que possa realizar o seu giro nos parâmetros certos de ângulo e velocidade.

Em termos práticos, todos esses eventos devem estar perfeitamente ajustados, na ordem e linha do tempo exatas. Se pensarmos, ainda, sobre as probabilidades da existência de vida, ficaremos ainda mais impressionados.

O milagre de cada dia

Vamos reconsiderar a questão da probabilidade da existência da vida no planeta. O ser humano, que não é vítima de todos os riscos existentes, tende a empalidecer quando analisa os perigos que ameaçam externamente a sobrevivência do mundo.

Há cerca de um bilhão de asteroides singrando o espaço nas proximidades da Terra. Desse total, cerca dos 10% que cruzam regularmente a nossa órbita possuem diâmetros superiores a 10 metros.

Isso representa por volta de 100 milhões que atingem, em tremendas velocidades, a Terra. Na realidade, cerca de 2 mil dessas rochas são de tais dimensões que, depois de uma eventual colisão, podemos ser eliminados completamente.

Vale mencionar, também, as erupções vulcânicas, os tornados e os terremotos com devastadoras consequências. O autor conclui que não é “normal” que o sol “nasça” a cada manhã. Em sua visão, todos os dias são mais do que milagres, recomendando uma atitude de gratidão e alegria perante o conhecimento desses fatos.

Notas finais

Na atualidade, as escolas parecem cada vez mais desinteressantes, sobretudo para uma geração de estudantes crescentemente distraídos e assistidos pela internet. Nesse contexto, as reflexões do autor adquirem uma relevância ainda maior.

Em países como o nosso, nos quais as dificuldades para ensinar e aprender sobre as ciências naturais são de longa data, a comunicação prazerosa com o conhecimento pode ser a chave para resgatarmos, como sociedade, o valor intrínseco aos conhecimentos científicos.

Cumpre ressaltar, por fim, que o fascínio pela engenhosidade, beleza e dinâmica da natureza deve ser propagado por todos nós. Afinal, esses saberes encerram um valioso patrimônio que pertence a toda a humanidade.

Convidamos você a seguir o exemplo de Bryson: evitar o tom solene e professoral, mas, jamais moralizar ou distorcer os conceitos para adular os seus interlocutores, sejam colegas de trabalho, amigos ou familiares.

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Quem escreveu o livro?

Bill Bryson é um cronista e escritor de renome mundial, com obras publ... (Leia mais)

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